SONETO XVI Vamos, querida! Já é Ave-Maria -- A hora dos tristes e dos descontentes. Desfaz-se o peito em vibrações dormentes E o Fado geme sob a névoa fria! Que eu sinta n’alma o que tu n’alma sentes! Nesta Missa de Atroz Melancolia Bebes chorando o Vinho da Agonia -- Consagração das almas padecentes! Foi numa tarde assim que nos amamos. Silfos morriam... No ar, os gaturamos Num recesso de névoa, adormecida... Punge-me o peito da Saudade o cardo Enquanto num mocho, sonolento e tardo, Canta no espaço a maldição da Vida!