SONETO XIII Na etérea limpidez de um sonho branco, Lúcia sorriu-se à bruma nevoenta, E a procela chorou n’um fundo arranco De mágoa triste e de paixão violenta. E Lúcia disse à bruma lutulenta: -- Foge, senão co’o o meu olhar te espanco! E eu vi que, à voz de Lúcia, grave e lenta, O céu tremia em seu trevoso flanco. Fulgia a bruma para sempre. A vida Despontava na aurora amortecida À rutilância mágica do dia. Aquele riso despertava a aurora! E tudo riu-se, e como Lúcia, agora, O sol, alegre e rubro, também ria!