SONETO VI Aurora morta, foge! Eu busco a virgem loura Que fugiu-me do peito ao teu clarão de morte E Ela era a minha estrela, o meu único Norte, O grande Sol de afeto -- o Sol que as almas doura! Fugiu... E em si levou a Luz consoladora Do amor -- esse clarão eterno d’alma forte -Astro da minha Paz, Sírius da minha Sorte E da Noite da vida a Vênus redentora. Agora, oh! minha Mágoa, agita as tuas asas, Vem! Rasga deste peito as nebulosas gazas E, num pálio auroral de Luz deslumbradora, Ascende à Claridade. Adeus oh! Dia escuro, Dia do meu Passado! Irrompe, meu Futuro; Aurora morta, foge -- eu busco a virgem loura!