SONETO IX Senhora, eu trajo o luto do Passado, Este luto sem fim que é o meu Calvário E ansio e choro, delirante e vário, Sonâmbulo da dor angustiado. Quantas venturas que me acalentaram! Meu peito túm’lo do prazer finado Foi outrora do riso abençoado, O berço onde as venturas se embalaram. Mas não queiras saber nunca risonha O mistério d’um peito que estertora E o segredo d’um’alma que não sonha! Não, não busques saber porque, Senhora, É minha sina perenal, tristonha -- Cantar o Ocaso quando surge a Aurora.