SONETO I Ouvi. snhora, o cântico sentido Do coração que geme e s’estertora N’ânsia letal que mata e que o devora E que tornou-o assim, triste e descrido. Ouvi, senhora, amei; de amor ferido, As minhas crenças que alentei outrora Rolam dispersas, pálidas agora, Desfeitas todas num guaiar dorido. E como a luz do sol vai-se apagando! E eu tiste, triste pela vida afora, Eterno pegureiro caminhando. Revolvo as cinzas de passadas eras, Sombrio e mudo e glacial, senhora, Como um coveiro a sepultar quimeras!