SOMBRA IMORTAL -- E tu elas, a sós, no pó da fulgurância Como uma velha cruz vela na sombra morta! Fora, a noute é tumbal... e a saudade da infância, Como um’alma de mãe, me acalenta e conforta! Noute! E somente tu velas a rutilância... Lua que já passou e que hoje ainda corta O penetral que guia à derradeira estância, O penetral que leva à derradeira porta! Revejo em ti, mulher, num lânguido smorzando A sombra virginal qu’eu adoro chorando E há de um dia amparar-me na luta correndo... Ah! que um dia da Vida, estes dardos acúleos Caíam, também da Dor, lá dos braços hercúleos, Domados pela meiga Ônfale a que me rendo!