O MAR O mar é triste como um cemitério; Cada rocha é uma eterna sepultura Banhada pela imácula brancura De ondas chorando num alvor etéreo. Ah! dessas vagas no bramir funéreo Jamais vibrou a sinfonia pura Do Amor; lá, só descanta, dentre a escura Treva do oceano, a voz do meu saltério! Quando a cândida espuma dessas vagas, Banhando a fria solidão das fragas, Onde a quebrar-se tão fugaz se esfuma, Reflete a luz do sol que já não arde, Treme na treva a púrpura da tarde, Chora a Saudade envolta nesta espuma!