O BANDOLIM Cantas, soluças, bandolim do Fado E de Saudade o peito meu transbordas; Choras, e eu julgo que nas tuas cordas Choram todas as cordas do Passado! Guardas a alma talvez d’um desgraçado, Um dia morto da Ilusão às bordas, Tanto que cantas, e ilusões acordas, Tanto que gemes, bandolim do Fado. Quando alta noute, a lua é triste e calma, Teu canto, vindo de produndas fráguas, É como as nênias do Coveiro d’alma! Tudo eterizas num coral de endeixas... E vais aos poucos soluçando mágoas, E vais aos poucos soluçando queixas!