CRAVO DE NOIVA Ao Dias Paredes Cravo de noiva. A nívea cor de cera Que o seu seio branqueja, é como os prantos Níveos, que a virgem chora, entre os encantos Dum noivado risonho em primavera. Flor de mistérios d’alma, sacrossantos, Guarda segredos divinais que eu dera Duas vidas, se duas eu tivera Pra desvendar os seus segredos santos. E tudo quer que nessa flor se enleve O poeta. É que dessa concha armínea, Da lactescência angélica da neve, Se evolam castos, virginais aromas De essência estranha; olências de virgínea Carne fremindo num langor de pomas.