ANDRÉ CHÉNIER Na real magnificência dos gigantes Grave como um lacedemônio harmoste André Chénier ia subir ao poste A que Luís XVI subira dantes! Que a sua morte a homem nenhum desgoste E incite o heroísmo das nações distantes!... Por isso, ele, a morrer, canta vibrantes Versos divinos que arrebatam a hoste. Não há quem nele um só tremor denote! -- Continua a cantar, a alma serena... Mas, de repente, pressentindo a lousa, Batendo com a cabeça no barrote Da guilhotina, diz ao povo: -- “É pena! -- Aqui ainda havia alguma cousa...”