ABERRAÇÃO Na velhice automática e na infância, (Hoje, ontem, amanhã e em qualquer era) Minha hibridez é a súmula sincera Das defectividades da Substância: Criando na alma a estesia abstrusa da ânsia, Como Belerofonte com a Quimera Mato o ideal; cresto o sonho; achato a esfera E acho odor de cadáver na fragrância! Chamo-me Aberração. Minha alma é um misto De anomalias lúgubres. Existo Como a cancro, a exigir que os sãos enfermem... Teço a infâmia; urdo o crime; engendro o lodo E nas mudanças do Universo todo Deixo inscrita a memória do meu gérmen!