ABANDONADA Bem depressa sumiu-se a vaporosa Nuvem de amores, de ilusões tão bela; O brilho se pagou daquela estrela Que a vida lhe tornava venturosa! Sombras que passam, sombras cor-de-rosa -- Todas se foram num festivo bando, Fugazes sonhos, gárrulos voando -- Resta somente um’alma tristurosa. Coitada! o gozo lhe fugiu correndo, Hoje ela habita a erma soledade, Em que vive e em que aos poucos vai morrendo! Seu rosto triste, seu olhar magoado, Fazem lembrar em noute de saudade A luz mortiça d’um olhar nublado.