A FOME E O AMOR A um monstro Fome! E, na ânsia voraz que, ávida, aumenta, Receando outras mandíbulas e esbangem, Os dentes antropófagos que rangem, Antes da refeição sanguinolenta! Amor! E a satiríase sedenta, Rugindo, enquanto as almas se confrangem, Todas as danações sexuais que abrangem A apolínica besta famulenta! Ambos assim, tragando a ambiência vasta, No desembestamento que os arrasta, Superexcitadíssimos, os dois Representam, no ardor dos seus assomos, A alegoria do que outrora fomos E a imagem bronca do que inda hoje sois!