A ESMOLA DE DULCE Ao Alfredo A. E todo o dia eu vou como um perdido De dor, por entre a dolorosa estrada, Pedir a Dulce, a minha bem amada A esmola dum carinho apetecido. E ela fita-me, o olhar enlanguescido, E eu balbucio trêmula balada: -- Senhora dai-me u’ma esmola -- e estertorada A minha voz soluça num gemido. Morre-me a voz, e eu gemo o último arpejo, Estendendo à Dulce a mão, a fé perdida, E dos lábios de Dulce cai um beijo. Depois, como este beijo me consola! Bendita seja a Dulce! A minha vida Estava unicamente nessa esmola.