A DOR Chama-se a Dor, e quando passa, enluta E todo mundo que por ela passa Há de beber a taça da cicuta E há de beber até o fim da taça! Há de beber, enxuto o olhar, enxuta A face, e o travo há de sentir, e a ameaça Amarga dessa desgraçada fruta Que é a fruta amargosa da Desgraça! E quando o mundo todo paralisa E quando a multidão toda agoniza, Ela, inda altiva, ela, inda o olhar sereno De agonizante multidão rodeada, Derrama em cada boca envenenada Mais uma gota do fatal veneno!